Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, abriu a coletiva de imprensa após a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil, nesta quinta-feira (23), falando sobre o processo do Al Sadd na Fifa.
O clube do Catar acusa o português de ter descumprido um pré-contrato para treinar a equipe em 2024. Após empate em 0 a 0 com o Botafogo-SP, na primeira declaração sobre o tema, Abel se declarou à torcida palmeirense, mas não falou se realmente assinou um pré-contrato com o clube catari.
“Eu vou fazer uma breve declaração sobre esse assunto. Esperei até o dia de hoje porque gosto de falar com vocês olhos nos olhos, como sempre fiz. A minha carreira de treinador é um livro aberto, começou em 2012. É um livro que tem capítulos de glória, alguns capítulos de tristeza e frustração, e tem duas, três páginas que eu rasgaria, mas infelizmente eu acho que um livro é genuíno quando todos os ingredientes estão lá dentro”, iniciou Abel.
“Eu gostaria de acrescentar mais ainda, porque já utilizei várias vezes, inclusive no passado: ‘Sou dono da minha alma e capitão do meu destino’. E quis o capitão do meu destino que eu chegasse no Palmeiras em 2020. De 2020 até o dia de hoje, eu quero dizer bem alto para aqueles que não ouviram, não vou alterar uma vírgula do que disse a sete meses: eu estou no Palmeiras e sou treinador do Palmeiras. É bom, é um orgulho, o capitão do meu destino me trouxe ao chiqueiro e ao Palmeiras. Ganhamos, já ganhamos esse ano e se Deus quiser vamos ganhar com trabalho de todos dentro do CT”, emendou.
“Estou onde quero estar e estou onde querem que eu esteja. Gostaria de dizer muito mais do que disse aqui, gostaria de dizer o que vai na alma e no coração, muita coisa foi dita agora e no ano passado, muita gente fez afirmação e eu sempre disse o mesmo: eu sou o treinador do Palmeiras e estou aqui com muito orgulho. Não vou falar mais falar sobre esse assunto, há quatro meses bateram na mesma tecla e hoje continuo aqui e se tudo corre normalmente até 2025, que é o contrato que eu tenho. Sobre esse assunto eu não falo mais”, encerrou o treinador.
A segunda pergunta da coletiva também foi sobre o suposto pré-contrato com o Al Sadd, e Abel foi enfático: “Vamos ver [se assinou ou não o pré-contrato]. Não falo mais sobre esse assunto, só há uma verdade, e você sabe qual é. Tem que escolher o que querem dizer. Só há uma verdade e uma certeza, só isso”.
No final da semana passada, o Al Sadd tomou medidas ao acionar a Fifa contra o técnico do Palmeiras. O time alega na acusação que abriu negociações com Abel Ferreira e assinou em 15 de novembro de 2023.
O documento previa que ele deixaria o Palmeiras no ano seguinte e se apresentaria no clube em 27 de dezembro de 2024. Os técnicos, ao contrário dos jogadores, não precisam esperar entrar nos últimos seis meses de vínculo com o clube para assinar um pré-contrato com outra agremiação.
Abel Ferreira teria descumprido o acordo, segundo o Al Sadd, ao renovar com o Palmeiras no início do ano -até o final de 2025. O clube catari quer uma compensação financeira de 5 milhões de euros (cerca de R$ 28 milhões no valor atual), e por isso ele convocou a Fifa.
O técnico do Palmeiras já recebeu a intimação da Fifa e acionou seus advogados para defender o caso. Questionado pela reportagem, o Palmeiras afirma estar ciente e já tomando todas as medidas legais cabíveis.