Sem renovação: futebol paraibano gira, quase sempre, em torno dos mesmos técnicos
Paraíba tem grande leque de técnicos que foram, voltaram e que, até hoje, são sempre lembrados para reassumirem cargos nos clubes
Raniery Soares
6 de julho de 2025

A Paraíba pouco renova os técnicos que atuam, ano após ano, nos clubes de futebol do estado. Não se sabe ao certo se esse ‘vai e volta’ é provocado por questões financeiras, relações de amizade que acabam se misturando com o lado profissional, ou até uma espécie de ‘devoção’, que no mundo da bola poderiam intitular os clubes e dirigentes como ‘viúvas de treinador’.

O Arena Correio fez um levantamento com os nomes que mais atuaram no comando técnico de equipes paraibanas, inclusive com nomes que voltaram recentemente e estão atuando na temporada atual.

Éderson Araújo

Éderson surgiu na Paraíba, após uma parceria do Atlético de Cajazeiras com empresários do futebol paulista. Essa relação se tornou frequente, tanto que ele comandou o Trovão Azul do Sertão entre os anos de 2017 e 2020, retornando para outras duas temporadas, em 2023 e 2024. 

No futebol paraibano, Éderson ainda atuou pelo Sport Lagoa Seca (2021 e 2024), Campinense (apenas dois jogos, em 2021), Serrano (2022) e São Paulo Crystal (2022).

Éderson Araújo (Foto: Daniel Lins / Campinense)

Evaristo Piza

Antes de passar pelo Botafogo-PB em sua primeira temporada, Evaristo Piza estava no XV de Piracicaba. A passagem do treinador foi positiva, tanto que sempre é figura lembrada pelo torcedor, em momentos de baixa produtividade do time. Piza comandou o Belo entre 2018 e 2019, retornando outras duas vezes: 2020 e 2024.

Piza foi responsável por conduzir o Botafogo-PB em conquistas importantes, a exemplo do Campeonato Paraibano 2019 e do título de vice-campeão da Copa do Nordeste do mesmo ano.

O treinador também é lembrado pela briga por acessos à Série B do Campeonato Brasileiro, feito que o time não conquistou até então.

Evaristo Piza, à época técnico do Botafogo-PB (Foto: Wellington Faustino / FPF-PB)

Francisco Diá

Figura cômica em várias de suas declarações durante entrevistas, a primeira passagem de Francisco Diá pelo futebol paraibano foi através do Botafogo-PB, nas temporadas de 2010 e 2011, retornando ao Alvinegro da Estrela Vermelha em 2023.

Porém, sua maior identificação sempre foi com o futebol de Campina Grande, mais especificamente com o Campinense Clube. Ao todo foram cinco passagens, sendo a primeira em 2014, somente por alguns jogos. Na sequência, em 2015 e 2016, o seu trabalho rendeu dois títulos de campeão paraibano de forma consecutiva, além de um vice-campeonato da Copa do Nordeste, em 2016, diante do Santa Cruz-PE. Diá ainda teve outras duas passagens pela Raposa em 2019 e 2024.

Seu trabalho mais recente no futebol paraibano foi no Sousa, em 2025, em uma passagem rápida com o Dinossauro pela Série D.

Francisco Diá (Foto: Jefferson Emmanuel / Sousa EC)

Freitas Nascimento

Ídolo no ASA de Arapiraca, sendo o maior artilheiro da história do clube, no papel de treinador marcou época na Paraíba, principalmente comandando o Campinense. Sua maior conquista foi o acesso da Raposa à Série B do Campeonato Brasileiro de 2008, ano em que também faturou o Campeonato Paraibano.

Pelo Campinense, suas passagens foram entre 2008 e 2010, voltando para duas temporadas (2011 e 2012), ainda retornando para uma nova passagem em 2014.

Freitas também comandou o Botafogo-PB em 2000 e 2006, além do Treze, nos anos de 2003 e 2006.

Freitas Nascimento (Foto: Reprodução / TV Correio)

Índio Ferreira

Ex-zagueiro do Flamengo, Índio Ferreira foi técnico do Sousa nos anos de 2017 e retornou em 2021. Mas, sua chegada ao futebol paraibano foi através do Auto Esporte, em 2016. 

Outros clubes da Paraíba também foram comandados por Índio, em mais de uma temporada, inclusive, a exemplo do Internacional-PB (2016 e 2017), Atlético de Cajazeiras (2018) e São Paulo Crystal (2019 e 2020). Pelo Inter, Índio foi campeão da Segunda Divisão do Campeonato Paraibano 2016.

Índio Ferreira (Foto: Reprodução / TV Correio)

Jazon Vieira

A chegada de Jazon ao futebol da Paraíba foi na condição de coordenador técnico do Auto Esporte, em 2013. No ano seguinte, assumiu a condição de técnico, permanecendo também para a temporada de 2025. Após alguns anos fora, retornou ao Macaco Autino em 2022 para comandar o time por mais um ano.

Mas, a vida de Jazon não foi nem só de idas e vindas no Auto Esporte, mas também no Sousa. Pelo Dinossauro Sertanejo, o comandante esteve nas temporadas 2016 e 2017, saindo e retornando em 2019.

Jazon Vieira (Foto: Raniery Soares)

Leston Júnior

Campeão paraibano em 2018 com o Botafogo-PB, Leston Júnior ainda tentou acertar com o Belo para um retorno, visando a temporada de 2023. O problema é que o time deu para trás e anunciou Felipe Surian.

Leston Júnior (Foto: Rafael Passos / Jornal Correio da Paraíba)

Marcelo Vilar

Ídolo das torcidas de Botafogo-PB e Treze, Marcelo Vilar foi muito vitorioso no comando das duas equipes. Pelo Galo da Borborema, seu primeiro contato foi em 2009, voltando para as temporadas 2010, 2011 e 2012.

Campeão paraibano em 2010 e 2011 pelo Treze, mesmo título conquistado nos anos de 2013 e 2014 pelo Botafogo-PB, permanecendo na capital paraibana até 2015. 

Comandando o Alvinegro da Estrela Vermelha, Vilar foi responsável pela maior conquista da história do clube, até então: o título de campeão da Série D do Campeonato Brasileiro, em 2013.

Vilar ainda voltou, tanto para o Botafogo-PB (2021), como para o Treze (2016 e 2025).

Marcelo Vilar (Foto: Reprodução / TV Treze)

Marcos Nascimento

Nome conhecido no futebol de Patos, foi na Capital do Sertão que Marcos Nascimento começou a atuar como treinador já que, até então, sua experiência era como preparador físico.

Conhecido como “Rei do Acesso” na Cidade Morada do Sol, com conquistas pelo Esporte e Nacional de Patos em temporadas da Segunda Divisão do Campeonato Paraibano, o profissional tem várias passagens pelas duas equipes.

Marcos participou de campanhas do Nacional de Patos em 2009, voltando como coordenador técnico nas temporadas 2012-2013 e, depois, atuando como técnico em 2017-2018.

Com o Esporte de Patos, Nascimento atuou nas temporadas 2010, 2011, 2013, 2015, 2016, 2018 e 2019.

Atualmente, ele integra a diretoria do Esporte de Patos, mas com um trabalho direcionado às categorias de base do Patinho Terror do Sertão.

Marcos Nascimento (Foto: Reprodução / TV Sol)

Neto Maradona

Distante do futebol paraibano há alguns anos, Neto Maradona começou a carreira como técnico em 1993, comandando o Treze. Inclusive, o à época meio-campista, ainda jogava, já que encerrou a carreira em 1994 jogando pelo Vila Branca.

Neto foi responsável pelas campanhas do Galo da Borborema em 1993 e 1994, retornando em outras duas temporadas: 1997 e 2002.

Ele também coleciona campanhas pelo Botafogo-PB (1999, 2007, 2008 e 2012), Nacional de Patos (2008 e 2013) e Santa Cruz-PB (1997 e 2012).

Neto Maradona (Foto: Rammom Monte)

Oliveira Canindé

Apesar de cearense, escreveu seu nome na história do Campinense com a maior conquista da história do clube: o título de campeão do Nordeste em 2013. Oliveira chegou para a temporada de 2012, permaneceu e comandou a Raposa neste importante título. 

Em 2018, Oliveira Canindé foi contratado pelo arquirrival da Raposa, o Treze, mas voltou para o Campinense em 2020, não obtendo o mesmo desempenho da época da Copa do Nordeste.

Ainda em 2020, foi responsável por conduzir o Atlético de Cajazeiras em alguns jogos.

Oliveira Canindé (Foto: Paulo Bindá)

Paulo Schardong

A passagem de Paulo Schardong no futebol paraibano começou pelo Campinense, quando em 2013 foi campeão da Copa do Nordeste junto com o técnico Oliveira Canindé. Na época, Schardong atuava como auxiliar técnico.

Ainda permaneceu na temporada 2014, onde durou apenas três jogos e saiu para a equipe do Castelo, do Espírito Santo.

Em 2021, Schardong retorna à Paraíba para comandar o Sousa, mas a sua passagem exitosa pelo Dinossauro foi em 2024, quando comandou a conquista sousense do título de campeão paraibano.

Paulo Schardong, à época, técnico do Sousa (Foto: Wellington Faustino / FPF-PB)

Ramiro Sousa

Ex-craque vestindo a camisa do Botafogo-PB, Ramiro Sousa, na condição de técnico, atuou por diversos clubes.

A carreira começou no Esporte Clube de Patos, em 2009, mas foi no Centro Sportivo Paraibano (CSP), que entre idas e vindas, a experiência de Ramiro foi mais exitosa. As passagens pelo Tigre foram entre 2010 e 2014.

No Botafogo-PB, clube que o projetou para o mundo do futebol como atleta, sua primeira passagem foi em 2015, mas também atuou em outros momentos, registrando seu último vínculo em 2019.

Ramiro ainda voltou para o Esporte de Patos em 2022, atuando também por outro alvirrubro, o Auto Esporte, em 2021 (pela primeira vez) e, mais recente, em 2025.

Ramiro Souza, como então técnico do Auto Esporte (Foto: João Neto/AEC)

Reginaldo Sousa

Reginaldo Sousa coleciona grandes passagens por clubes da Paraíba. Dentre elas, iniciou pelas categorias de base do Botafogo-PB, entre 1993 e 1996. Também atuou como técnico da base em 2011.

No Auto Esporte também houve diversos momentos: 1997, 1998, 2003, 2011, 2022, 2023.

Por equipes do Sertão, Reginaldo passou pelo Atlético de Cajazeiras e, mais marcante, conquistou um título de campeão paraibano pelo Sousa em 2009, equipe que também comandou em 2013.

Reginaldo Sousa, técnico (Foto: Reprodução Instagram/@reginaldosousa)

Tardelly Abrantes

Tardelly viu o Sousa nascer pelas mãos da sua família, especificamente pelo tio Aldeone Abrantes. Envolvido diretamente com o Dinossauro do Sertão, fez como alguns familiares e vestiu a camisa do Sousa enquanto atleta até o ano de 2006.

Em um determinado momento, passou a atuar diretamente como técnico, após viver os bastidores do Sousa durante muitos anos. Comandou o alviverde entre 2021 e 2022 e teve um trabalho que lhe rendeu êxito.

Chegou a atuar como técnico do Pombal e retornou ao Sousa em 2024 para um projeto do time sub-20. Em 2025, assumiu novamente o elenco profissional, após a saída do técnico Francisco Diá.

Tardelly Abrantes (Foto: Divulgação / Sousa EC)

William de Mattia

Ex-volante, encerrou a carreira como jogador em 2017. Como técnico, William de Mattia teve uma passagem marcante pelo Treze onde conquistou o título do Campeonato Paraibano de 2023

Após deixar o Treze, comandou o Brasil de Pelotas-RS e em 2025, retornou ao Galo da Borborema em busca de reerguer a equipe na Série D do Brasileirão, num ano emblemático para o clube, que completa seu centenário.

Técnico William De Mattia (Foto: Daniel Vieira/Treze)

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Foto: Raphael Silvestre/Guarani FC

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