O Botafogo-PB vive uma sina na Série C do Brasileiro. Classificado na primeira fase como líder, como recordista de pontos e também com o terceiro melhor ataque da disputa, o Belo iniciou a trajetória no quadrangular final com uma derrota por 2 a 1 para o Remo, marcada novamente pelos erros defensivos que já tinham rendido 21 gols sofridos em 19 jogos, na primeira fase. E o sistema defensivo voltou a acender o alerta na Maravilha do Contorno. Isso porque o resultado final pela diferença mínima poderia ter sido maior.
Contra o Leão do Norte, time com maior número de derrotas na primeira fase do G-8, o técnico Evaristo Piza não contou com o seu principal zagueiro, Wendel Lomar, baixa de última hora após sentir uma lesão no último treino para o jogo, já na capital paraense. Reniê, que viajou como dúvida, fez a dupla de zaga com Romércio, que seria o seu substituto.
No meio, o comandante optou por, novamente, não lançar Edmundo como titular. A opção foi manter Lídio como “cão de guarda”, com a proteção de Pedro Ivo, que só havia jogado a partida contra a Ferroviária como titular, na rodada final da primeira fase, numa voltagem diferente — antes, o jogador só tinha entrado na partida contra o Figueirense, por alguns minutos.
Mais à frente, Piza escalou Sillas, Vinícius Leite, Pipico e Jô, utilizados juntos na partida em que o Botafogo-PB saiu derrotado por 2 a 0, nos Aflitos, na primeira fase. Naquela oportunidade, o treinador admitiu ter errado na estratégia para a partida, que não seria tão ‘audacioso’ na sequência da disputa, como fez em Recife. Mais uma vez, a escolha não deu certo, o Belo não rendeu o esperado e acabou derrotado na estreia do quadrangular.
O Alvinegro até começou a partida conseguindo ficar com a bola e buscando espaços a serem explorados. No entanto, o Remo chegou e marcou, com 22 minutos de bola rolando, num momento, inclusive, em que o Botafogo-PB estava com um a menos em campo, após Reniê sentir uma lesão. Entre a saída do titular e a entrada de Douglas, o Belo esticou uma bola para o ataque e sofreu o contragolpe dos remistas, que marcaram com Pedro Vitor, sozinho nas costas de Rafael Furlan.
Aos 39 minutos, o Leão tocou a bola de um lado para o outro e tentou infiltrar pelo meio, até que Ytalo ajeitou para Pedro Vitor, novamente com liberdade, fuzilar. Foram quase 40 segundos de troca de passes, com dois desarmes botafoguenses, mas, ainda assim, o placar foi ampliado.
O único gol do Botafogo-PB foi marcado aos 11 minutos, com Sillas, de pênalti. Antes, ainda no primeiro tempo, o Belo quase marcou com Jô, tirando tinta da trave num arremate com a perna canhota, e também num gol contra de Jaderson. Mas só. O ritmo do confronto foi ditado pelos paraenses, que exploraram bem os corredores sempre abertos pelo clube paraibano e não teve lá tanta dificuldade para construir a sua nona vitória na competição nacional.
O cartão de visita do Botafogo-PB na fase final foi muito abaixo do que é esperado por um clube que busca a ascensão de divisão há 11 anos. E não foi por falta de espírito que pede um quadrangular decisivo. Acontece que o Alvinegro não rendeu com os onze titulares, que retornaram para a etapa final, e também não conseguiu reagir com a entrada dos suplentes.
Agora, serão cinco investidas para que a equipe tente estar entre os dois primeiros times, dos quatro que estão na chave. Ainda há tempo para fazer diferente do que foi feito e buscar uma sorte melhor do aquela que persegue a Maravilha do Contorno desde 2014. No próximo domingo, às 18h30, contra o Volta Redonda, o Alvinegro da Estrela Vermelha não poderá se conformar com qualquer resultado que não seja a vitória. Além disso, a equipe terá também que suportar a pressão de uma torcida sedenta pelo acesso à Série B nas arquibancadas do Almeidão.