João Pessoa 439 anos: cidade é referência em esportes olímpicos e paralímpicos
Aniversário de 439 anos marca João Pessoa também como referência no esporte
4 de agosto de 2024

As belas praias, o clima, a tranquilidade e a hospitalidade são alguns dos atrativos que fazem João Pessoa ser uma cidade que atrai mais admiradores e novos moradores. Porém, a capital paraibana se tornou também referência no esporte. Em homenagem ao aniversário de 439 anos da capital paraibana, celebrado nesta segunda-feira (5), o Arena Correio explica o que tem feito a cidade se tornar modelo esportivo em algumas modalidades.

Ao longo desses 439 anos, João Pessoa vem sendo berço e acolhendo talentos esportivos, que consolidaram a cidade como referência olímpica e paralímpica no vôlei de praia, no atletismo, taekwondo, futebol de cinco e em outras modalidades.

Seja do Sertão paraibano ou do Sul e Sudeste do Brasil, sempre há espaço para o desenvolvimento de treinadores e atletas que levam o nome da capital paraibana para o pódio em todo o mundo.

O que faz João Pessoa ser diferente?

Além de contar com atletas talentosos, a cidade pessoense dispõe de uma estrutura que potencializa ainda mais esse “material humano”, resultando, quase sempre, em bons resultados.

Pedro Almeida, conhecido como Pedrinho, é natural de Pombal, mas há mais de 40 anos fez de João Pessoa a sua casa. O técnico multicampeão é uma das referências no atletismo e responsável por revelar e treinar grandes nomes como Petrúcio Ferreira, Cícero Nobre, as irmãs Jailma e Jucilene Sales, entre outros.

Pedrinho ressalta que a estrutura para o esporte de alto rendimento melhorou ao longo dos anos na capital paraibana e que a persistência de quem trabalha também foi fundamental para o crescimento do atletismo na cidade.

As condições existentes em João Pessoa, no momento, são melhores que as de quando eu cheguei. E tem um outro lado que temos que reconhecer que é a abnegação de cada profissional. Estou no atletismo há mais de 40 anos, cada um com seus desafios e com as suas dificuldades, e ninguém nunca largou o esporte. Ainda não estamos nos 100%, mas muita coisa melhorou. Isso cria para gente uma condição que é motivante em alguns aspectos, na medida que você não precisa ou está carente de algo que está fora daqui, você tem aqui para desenvolver, explicou o treinador

A qualidade dos profissionais aliado à boa estrutura vem rendendo frutos. No atletismo, são seis medalhas em Jogos Paralímpicos com Petrúcio Ferreira e Cícero Nobre. No taekwondo, são duas medalhas paralímpicas com Silvana Fernandes e Débora Menezes e uma medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos com Edival Pontes, o Netinho. No futebol de cegos, o pentacampeonato paralímpico. No vôlei de praia, quatro pódios no Circuito Mundial e o ouro nos Pan-Americano com a dupla George e André.

Uma lista longa de conquistas que reflete o orgulho de Adriano Lucena, técnico de Slivana Fernandes, em carregar as cores de João Pessoa.

Isso só tem dado orgulho para a gente. Mostramos a nossa força, nossa garra, que é o que mais temos, essa força de lutar contra tudo. A gente vem do Nordeste e já é discriminado, mas temos profissionais competentes, atletas mais do que competentes, destacou Adriano.

João Pessoa conta com o Centro de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A estrutura oferecida e excelência dos profissionais fez com que a capital paraibana se tornasse exemplo no paradesporto.

O Centro de Referência da cidade pessoense será o que mais terá mais atletas na disputa dos Jogos Paralímpicos de Paris. São 14 representantes, sendo 10 do futebol de cegos e outros quatro no taekwondo e atletismo.

As areias da orla pessoense ainda abrigam o Centro de Treinamento Cangaço Vôlei de Praia. O CT é um modelo no Brasil na modalidade. Lá treinam várias duplas paraibanas e de outros estados e que se destacam no cenário nacional e internacional. A mais famosa e que cresceu nos últimos anos é George e André. O paraibano e capixaba são a melhor dupla brasileira no ranking mundial, com a quarta posição, e estão representando nos Jogos Olímpicos de Paris.

O acolhimento pessoense

A receptividade do pessoense é um fator que também faz a diferença. Muitos treinadores e atletas que vem de outras cidades da Paraíba ou de outros estados sentem que o acolhimento recebido facilita a adaptação em meio à tantas mudanças.

O técnico Pedrinho revela que construiu não só uma relação profissional, mas de muito amor e pertencimento com a capital paraibana.

João Pessoa abriu muitas portas para eu crescer como pessoa, como cidadão e como profissional. Eu tenho muito orgulho dessa cidade, inclusive, tenho o título de cidadão pessoense. Não quero lugar melhor para viver e para fazer o que eu faço, que não seja João Pessoa

Silvana Fernandes também saiu de sua cidade natal e foi para João Pessoa buscando realizar o seu sonho no esporte. Aos 18 anos, ela deixou São Bento, no Sertão paraibano, e seguiu para a capital paraibana. A atleta começou no atletismo com o técnico Pedrinho, mas depois rumou para o taekwondo onde definitivamente se encontrou. Para a taekwondista, o processo de deixar a sua terra natal e ficar longe da sua família teria sido muito mais complicado se não fosse o acolhimento que ela teve.

É difícil você sair do conforto de casa, do conforto e da segurança da família, mas quando eu cheguei em João Pessoa fui bem acolhida, por todos os pessoenses, por todo o pessoal da equipe, quando eu treinava ainda com o Pedrinho. Então, todo mundo me acolheu de uma forma que na verdade aquele grande mudança acabou sendo mais facilitada por todo esse acolhimento que eu recebi aqui

É com essa mistura de talento, profissionalismo, boa estrutura e acolhimento que vem consolidando João Pessoa cada vez mais como uma das capitais do esporte.

Receba todas as notícias do Arena Correio no Whatsapp

Veja também