A boxeadora argelina Imane Khelif, 25, atual campeã olímpica dos peso meio-médio, contratou advogados para abrir uma queixa por assédio cibernético no Ministério Público de Paris.
Imane foi atacada nas redes sociais desde o início das Olimpíadas de Paris-2024 após a IBA (Federação Internacional de Boxe) divulgar que ela e outra boxeadora, a taiwanesa Lin Yu-ting, que também conquistou o ouro em Paris, não teriam passado em testes de gênero em 2023.
“Tudo o que está sendo dito sobre mim nas redes sociais é imoral. Eu quero mudar a mente das pessoas ao redor do mundo,” Khelif disse neste sábado (10).
Ela sofreu severas críticas e foi referida como uma mulher trans por internautas e por figuras públicas de diversos países.
Abaixo, o comunicado publicado pelo advogado de Imane, Nabil Boudi no X/Twitter:
Após o tempo esportivo, chega o tempo legal.
Depois de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a boxeadora Imane Khelif decidiu liderar uma nova luta: a da justiça, da dignidade e da honra.
Khelif contatou a empresa, que apresentou ontem uma queixa por atos de assédio cibernético ao centro anti-ódio online do Ministério Público de Paris.
A investigação criminal determinará quem iniciou esta campanha misógina, racista e sexista, mas também terá de se concentrar naqueles que alimentaram este linchamento digital.
O assédio injusto sofrido pela campeã de boxe continuará sendo o maior problema destes Jogos Olímpicos.
Paris, 10 de agosto de 2024
Nabil Boudi, Advogado na Ordem dos Advogados de Paris