O piloto Lewis Hamilton utilizou pela primeira vez o termo “roubado” para se referir à corrida final da temporada de 2021 da Fórmula 1. Hamilton disse que “obviamente” foi roubado. Em entrevista à revista GQ, o piloto da Mercedes detalhou a sua visão sobre o assunto.
“Se fui roubado? Obviamente. Você conhece a história. Mas acho que o que foi muito bonito naquele momento, o que eu tirei dele, foi que meu pai estava comigo. E passamos por essa enorme montanha-russa da vida juntos, com altos e baixos. E no dia que doeu mais ele estava lá; e a forma como ele me criou foi sempre para me manter de pé, de cabeça erguida”, disse Hamilton.
“Eu obviamente fui parabenizar Max, e não percebi o impacto que isso teria, mas também estava realmente consciente de que, tipo, havia um ‘mini eu’ assistindo. Esse foi o momento decisivo da minha vida. Acho que realmente foi. Eu senti isso. Eu não sabia como isso seria percebido. Eu não tinha visualizado, mas definitivamente estava consciente: esses próximos 50 metros que andarei são aqueles em que ou eu caio no chão e morro, ou me levanto”, disse.
O heptacampeão mundial afirmou só pensar no tema quando assiste a uma cena daquela corrida. “Mas estou em paz com isso”, declarou Hamilton.
Desde a derrota em Abu Dhabi, Hamilton nunca mais ganhou uma corrida. Já se passaram 48 GPs desde que o britânico subiu ao lugar mais alto do pódio na F1, de longe o maior de sua carreira -o anterior era de dez.
“Meus fãs são muito leais. Eu não consegui entender no começo: ‘Gente, mas eu não estou ganhando nada!’. Mas percebi que não é fácil se identificar com alguém que está sempre terminando em primeiro lugar”, disse.
ENTENDA O CASO
Únicos candidatos restantes ao título, Hamilton e Max Verstappen chegaram à última corrida de 2021 empatados em pontuação. O holandês largou na pole position, mas o britânico assumiu a liderança no decorrer da prova e caminhava para a vitória -e o consequente oitavo título mundial.
Um acidente envolvendo Nicholas Latifi promoveu entrada de safety car a seis volta do fim. Devido a possível perda de posições, Hamilton permaneceu pista; Verstappen foi para os boxes e trocou seus pneus.
Michael Masi, então diretor de provas da F1, liberou relargada a uma volta do encerramento. O procedimento foi polêmico porque havia cinco pilotos retardatários entre Hamilton e Verstappen. Segundo o regulamento, a relargada após a passagem desses carros só deveria acontecer na volta seguinte -portanto, naquele contexto, a corrida deveria terminar sob bandeira amarela.
Verstappen ultrapassou Hamilton e conquistou seu primeiro título mundial. A Mercedes protestou duas vezes na FIA, mas não conseguiu reverter o resultado.