Gallo cobra elenco do Botafogo-PB e não poupa críticas à antiga gestão do clube
Para ele, em quatro meses, a SAF conseguiu recuperar grande parte da credibilidade do time
11 de junho de 2025

Há quatro meses, o Botafogo-PB vive uma virada de chave constante com a chegada da Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Até aqui, houveram mudanças elogiadas e criticadas pela torcida alvinegra, um caminho de altos e baixos, marcado por tropeços e dúvidas quanto às expectativas para o tão sonhado acesso. Diante de uma situação complicada na Série C do Campeonato Brasileiro, o CEO Alexandre Gallo afirmou que teve uma conversa dura com o elenco, mas, mesmo frente à má fase do Belo, reconheceu que a credibilidade do clube aumentou e não poupou críticas à antiga gestão.

Da eliminação precoce na pré-Copa do Nordeste, do vice-campeonato paraibano até o início da Terceirona, as esperanças do torcedor botafoguense tem esfriado a cada partida. A chegada da SAF, em fevereiro deste ano, parecia uma luz no fim do túnel para o clube que sonha com o acesso desde 2014. Na temporada 2024, os resultados não foram positivos e os objetivos foram frustrados. As chances de subir de divisão acabaram no quadrangular do acesso, apesar da campanha histórica na primeira fase.

A campanha deste ano, na Série C, também não tem resultado em boas recordações para o torcedor. Mas, para Gallo, a vinda da Sociedade Anônima para o Belo tem sido importante na reconstrução de uma nova credibilidade para a equipe. Para ele, em quatro meses, a SAF conseguiu recuperar grande parte da credibilidade do time, que para além de questões de elenco, envolvem, também e, principalmente, a estrutura do Botafogo-PB. Quanto a isso, não ponderou críticas à antiga gestão, dando detalhes, por exemplo, das condições encontradas na Maravilha do Contorno.

Tem uma coisa que tem sido muito importante para nós, e que foi uma lição muito grande nessa janela, que é a questão da credibilidade. Nós, hoje, no Botafogo-PB, em quatro meses, estamos construindo uma nova credibilidade para o clube. Nós estamos dando uma cara para o clube de uma grandeza que ele não tivesse tido até então. Antes de nós chegarmos, para ter uma ideia, não tinham pratos para todos os jogadores comerem, nem talheres para todos. Tinha que esperar alguns lavarem, para depois comerem todos. O time concentrava aqui na Maravilha do Contorno, em quartos que não tinham proteção contra mosquitos. Então, quando você fala de Botafogo-PB no mercado, a primeira pergunta é: quem estava à frente do comando? Essa credibilidade demanda um pouco de tempo para ser feita. Da maneira que estava, o Botafogo-PB realmente estava sem credibilidade no mercado, detalhou.

Esta falta de credibilidade impactou, também, na visão externa do Botafogo-PB no mercado. Na janela extra de transferências deste mês de junho, uma das expectativas era a vinda de jogadores atuantes na Série A e B, entretanto, não foi o que ocorreu. Uma das justificativas, para além do baixo interesse destes jogadores em deixarem as primeiras divisões, é, também, a posição de credibilidade que o clube se encontra no mercado.

Elenco do Botafogo-PB na Maravilha do Contorno – Foto: João Neto/Botafogo-PB

Agora, com o fechamento da janela, a esperança do torcedor é de que as contratações e os empréstimos de jogadores firmados com o Belo surtam efeitos e reacendam a chama botafoguense. Na Terceirona, a situação não tem sido fácil, mesmo com os investimentos, Alexandre Gallo destacou que o retorno não vem acontecendo e, em campo, a resposta não está sendo tão positiva. Por isso, viu como necessário o diálogo direto com o elenco e a necessidade de uma cobrança.

Nós estamos aqui, estamos fazendo muita coisa para o time. Estamos correndo em paralelo com a equipe dentro de campo, que é muito importante. O foco é esse acesso. Ainda dá tempo. Nós conversamos bastante com o elenco. Foi uma conversa muito dura com o elenco. Dura de realidade mesmo. De tudo que está sendo feito. O clube está querendo dar a mão, e vai vir de mãos dadas quem quiser. Quem não quiser, não estará com a gente. É bem simples. Então o que acontece é que nós reforçamos o nosso elenco, nós entendemos que temos um bom elenco para não estar na posição que nós estamos, declarou.

Mesmo justificando a importância do diálogo e da baixa produtividade do time, ele elogiou o plantel botafoguense. Na busca por reajustar e melhorar a capacidade técnica do clube em campo, a diretoria do Alvinegro da Estrela Vermelha foi ao mercado. Entretanto, para que se tenham chegadas, é necessário, também, abrir espaço. Com isso, alguns nomes, segundo o CEO, já estão sobre alerta de dispensa e, nos próximos 15 dias, ou na próxima janela, podem deixar o elenco do Belo e se realocarem em outras equipes. Entre os jogadores, está o zagueiro Reniê, justamente para abrir espaço financeiro e existir a possibilidade de se alcançar novos reforços.

Atualmente, o Belo vive uma situação delicada na tabela. Com o baixo desempenho nas primeiras partidas da competição, somente neste começo de sequência pela Série C, já foram dois técnicos. Com Antônio Carlos Zago, em seis jogos, o time somou uma vitória, dois empates e três derrotas. Para tentar recuperar os pontos perdidos, a solução foi contratar Márcio Fernandes, que até aqui, teve quatro jogos, com uma vitória, um empate e duas derrotas.

Na 13ª colocação da tabela, o clube encara o Caxias, no próximo sábado (14), às 19h30, no estádio Almeidão, para correr atrás dos pontos perdidos e, acima de tudo, reconquistar a confiança do torcedor que sonha com o acesso à segunda divisão.

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Foto: João Neto / Botafogo-PB

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