O investidor majoritário da SAF do Botafogo-PB, Fillipe Félix, negou que tenha feito empréstimos por meio do caixa do clube e de que não estaria realizando os investimentos necessários. As afirmações foram em resposta à matéria publicada pelo Arena Correio, trazendo detalhes sobre os primeiros meses gestão do empresário à frente do Alvinegro da Estrela Vermelha.
Após tentativas de contato durante a produção da matéria, Fillipe retornou à produção após a publicação da reportagem. Abaixo, separamos os principais pontos questionados e esclarecidos por ele e também por Alexandre Cavalcanti, diretor do conselho de administração da SAF do clube pessoense.
De pronto, o empresário garantiu que não realizou empréstimos para que fossem utilizados em suas outras empresas. Ele afirmou também que já investiu R$ 1 milhão a mais do que estava previsto no orçamento para o clube e que, por isso, precisou estornar esse valor.
Nunca existiu nenhum tipo de empréstimo do clube para mim. É justamente ao contrário, e todo mundo do conselho sabe disso. Eu tive que mandar R$ 1 milhão a mais. Eu avisei. Mesmo assim, eu pedi devolução. Mas, como eu não posso retirar dinheiro do clube, na mesma hora eu coloquei R$ 1 milhão de novo, explicou.
Fillipe Félix também confirmou que ainda não quitou os 5% das ações de Alexandre Gallo, ex-CEO do Botafogo-PB, que deixou o clube em julho deste ano. Ele disse que a pendência com o antigo dirigente será acertada assim que outras dívidas forem pagas.
“A única coisa que ainda não foi acertada foi a saída de Alexandre Gallo, porque, como tiveram muitas demissões de técnicos, o clube tem um orçamento do que pode gastar, e, quando passa do orçamento, a gente tem que jogar a conta para o outro mês, porque estamos pagando a dívida de vários anos. Então, quando eles tomaram a decisão de demitir várias pessoas, a gente tem que pagar as férias e acertos de todo mundo. Eu disse para Gallo que, quando eu pagasse todo mundo, a gente pagaria ele também”.

Sobre as dívidas trabalhistas herdadas do clube associativo, Alexandre Cavalcanti, representante do Conselho de Administração da SAF, confirmou que os débitos estão sendo quitados em parcelas de R$ 390 mil.
(As dívidas trabalhistas) Isso foi negociado por mim, Marcelo e por Lucas, mesmo antes de Fillipe Félix entrar na SAF como majoritário. Na verdade, ia-se pagar R$ 8,5 milhões em 18 meses, num aporte inicial. Outro aporte com seis meses e um novo com 18 meses. A gente pensou em fazer um fluxo de caixa mensal para negociar na Justiça do Trabalho. Esses valores estão sendo pagos religiosamente em dia, direto aos reclamantes, essas últimas cinco parcelas, disse Cavalcanti.
Fillipe Félix e Alexandre Cavalcanti também negaram que o principal fluxo do caixa nos últimos meses tenham sido os valores arrecadados com a venda do mando de campo do jogo contra o Flamengo e de patrocinadores. O empresário disse que já aportou mais de R$ 9 milhões que não estavam previstos em contratos para acelerar a quitação das dívidas e as obras do Centro de Treinamento de Maravilha do Contorno.
“Eu já coloquei mais de R$ 9 milhões no clube. Não tinha a obrigação de fazer, mas coloquei. Aumentei a reforma, agilizei os processos trabalhistas. O clube está bem, está crescendo, a minha parte eu faço por completo. Todos os salários do clube estão em dia, todos que saíram receberam as rescisões. Até novembro e dezembro, as rescisões estarão saneadas e até agosto (de 2026) a gente tem para pagar todas as (dívidas) trabalhistas. A gente já pagou quase R$ 2,5 milhões de trabalhistas, nós colocamos quase R$ 1,5 milhão na reforma do CT”, disse Fillipe Félix.
“Dos 6 milhões do jogo contra o Flamengo, quase R$ 700 mil de imposto. Depois, a folha de pagamento do clube estava altíssima, quase R$ 1,2 milhão e também teve que pagar a multa dos antigos treinadores. O clube hoje está sustentado por Fillipe Félix e pelos patrocinadores que já vinham pagando. Todas as semanas, ele manda um aporte para o Botafogo-PB SAF, para o pagamento dos funcionários, das rescisões e das obras do CT da Maravilha do Contorno. Inclusive, ele fez um fluxo de caixa de R$ 500 mil por semana, só para obras e rescisões, para que comece a temporada 2026 organizada”, completou Alexandre Cavalcanti.
Receba todas as notícias do Arena Correio no Whatsapp
Foto: João Neto / Botafogo-PB
