Dupla de paraibanos relata experiências vividas na corrida de Boston
Alice Maria e Elias Duarte concluíram a prova da segunda maior maratona do mundo
30 de abril de 2025

As ruas de Boston, nos Estados Unidos, foi o percurso de dois paraibanos na última segunda-feira (21). Participando da Maratona de Boston, Alice Maria e Elias Duarte concluíram a prova da segunda maior maratona de longa distância do mundo. Os atletas terminaram a prova com 2h51 minutos.

Considerada uma das provas mais difíceis da Six Majors (maiores competições de maratona), esta foi a 129ª edição da prova. A corrida de rua reúne mais de 30 mil corredores de todo o mundo. Entre os atletas, estavam os paraibanos, que, em entrevista ao Correio Esporte, relataram a experiência vivida durante a maratona.

Alice e Elias além de estarem juntos na corrida, também estão juntos na vida. Os dois são casados, e Elias é o treinador de Maria. Antes da prova, os dois se preparam bastante, com treinos de subida e descida, principalmente, por ser uma prova em um local com bastante declives. Sobre a preparação, Elias comentou do trabalho desenvolvido ainda em solo paraibano.

Essa prova, em si, a gente precisa fazer dois ciclos de treinamento. Dois tipos de maratona. Um para se classificar, que tem uma janela de classificação, e o outro que seria, justamente, para a prova. Para essa prova, por ter muito declive e aclive, a gente teve que fazer uma preparação mais difícil ainda. Não só percurso plano. A gente, na maior parte da preparação, incluiu percursos com ladeiras. Pela Praia do Sol, Gramame… a gente fez muito esse percurso nos finais de semana, disse.

Apesar de começarem a prova em momentos diferentes, os dois finalizaram a prova com o tempo parecido, de 2h51 minutos. Em um percurso com muitas ladeiras, Alice destacou que a questão muscular foi bastante afetada.

Eu achei muito difícil. O percurso, inicialmente, algumas pessoas que já foram para Boston tinham orientado que era mais descida. Realmente era. Vamos dizer, os 21 km é mais descendo. Mas, no percurso que vai descendo, ainda tem as subidas e descidas. Isso castigou muito a musculatura. O quadriceps, a panturrilha, afirmou

Para aliviar o desgaste, a corredora levou suplementos extras e não precisou parar a prova. “No km 26 eu comecei a sentir câimbras. No início eu fiquei até triste, pensando que eu não iria conseguir terminar a prova. Não cheguei a parar, eu tinha levado capsulas de sais extra e alguns géis extras. Fui administrando e, na medida que tinha câimbra na panturrilha, eu alongava o pé correndo mesmo. Não parava de correr. Reduzia um pouquinho o ritmo e fui administrando para que não desse aquela câimbra que travasse”, expressou.

Em uma maratona, as subidas são, realmente, puxadas. Entretanto, existem dificuldades também nas descidas. A respeito da dificuldade da descida, Alice destacou que tem mais facilidade, mas, sua dupla, tem mais dificuldade por causa da cadência. “No meu caso, eu tenho mais facilidade para descer por causa da minha cadência, que eu tenho uma cadência maior. Ele (Elias) como a cadência dele é menor, ele tem mais dificuldade. Acaba travando um pouquinho mais na descida”, disse.

Sobre a cadência, Elias explicou como funciona e que, por ter uma passada maior, a descida é mais difícil.

A cadência é a quantidade de passos que a gente dá por minuto. No caso dela, como ela tem uma cadência muito alta, 199, 198, ela tem uma fase aérea maior. No meu caso, como eu tenho uma passada maior, minha cadência é menor, eu tendo a frenar mais a corrida na descida. Nesse caso, eu tive que mudar também durante da prova, para poder amenizar isso, explicou.

A prova foi às 10h, mas toda a preparação começa logo pela cedo. Às 3h, os atletas já estão de pé para seguir em direção a cidade de largada. Alice falou a respeito da rotina antes da maratona e como funciona a alimentação para garantir bem-estar durante o trajeto.

Essa prova é um pouquinho diferente, porque a gente tem que pegar um ônibus, que vai levar para a cidade de onde será a largada. Porque a gente larga de uma cidade e a chegada é em Boston. A gente acorda de 3h, porque tem que pegar o ônibus às 6h45. A gente acordou às 3h, se ajeitou e se alimentou, geralmente é um carboidrato. A gente tende a fazer o que a gente é acostumado a fazer durante os treinos. No caso, Elias comeu pão com mel e fizemos um lanche para levar, para se alimentar uma hora antes da largada. Que também foi pão com mel e uma banana, comentou.

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Foto: Boston Athletic Association

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