Ao longo da temporada 2025, o Botafogo-PB tem apresentado um padrão que se repete nas diferentes competições que já disputou. É que a maior parte dos gols sofridos acontece na segunda etapa das partidas. Mesmo com três trocas no comando técnico (com João Burse, Antônio Carlos Zago e, mais recentemente, Márcio Fernandes), a equipe ainda convive com uma nítida fragilidade defensiva, mas, sobretudo, física, nos 45 minutos finais dos jogos.
De acordo com os dados da temporada, o time já entrou em campo 25 vezes e sofreu gols em 16 dessas partidas. No total, foram 24 gols sofridos, sendo 15 deles no segundo tempo, o que representa 70% do total de gols sofridos na segunda temporada. Apenas nove gols aconteceram na etapa inicial.
Essa tendência se manifesta em todas as competições do calendário botafoguense. Na pré-Copa do Nordeste, o gol sofrido diante do Moto Club, que custou uma vaga na fase de grupos da disputa regional, aconteceu aos 14 minutos. Na Copa do Brasil, o cenário se repetiu nos dois duelos contra o Flamengo, quando o Botafogo-PB acabou vazado aos 40 minutos da etapa final no jogo de ida, no Castelão, e uma vez, apenas, no Maracanã, na noite dessa quarta-feira, na derrota por 4 a 2.
No Campeonato Paraibano, essa recorrência foi vísivel, recorrente e fundamental na perda do título para o Sousa. O time sofreu gols no segundo tempo em momentos decisivos, como nas finais contra o Dinossauro, aos 36 e 41 minutos, assim como também na semifinal contra o Treze, aos seis minutos. Em fases anteriores, adversários como Nacional de Patos, Serra Branca e Pombal também balançaram as redes do Belo na segunda metade dos jogos.

Na disputa da Série C do Brasileiro, esse padrão vai ganhando ainda mais força. Nas seis partidas disputadas até então, o Alvinegro da Estrela Vermelha foi vazado sete vezes na segunda etapa. Casos como os jogos contra Floresta (gols aos 21 e 43 minutos), Guarani (aos 20) e Maringá (aos 33) reforçam essa estatística.
A repetição desse comportamento ao longo de diferentes competições, e com treinadores de perfis distintos, pode sugerir questões relacionadas à consistência física da equipe ao longo dos 90 minutos. Isso porque os números são claros ao apontar para a necessidade de atenção no desempenho coletivo nos momentos finais das partidas ao longo de toda a temporada 2025.
É importante destacar que, mesmo diante desses números, o Botafogo-PB mantém também, ainda assim, um desempenho competitivo ao longo do ano. Até aqui, foram 10 vitórias na temporada, sendo 7 delas sem sofrer gols.
O maior desafio do técnico Márcio Fernandes, agora, passa por encontrar soluções que ajudem o elenco a manter o mesmo nível de intensidade nos dois tempos.