A advogada de defesa da vítima de Daniel Alves, condenado por estuprar uma mulher em uma boate de Barcelona, avisou nesta quarta-feira (20) que vai recorrer da decisão da Justiça espanhola de soltar o ex-jogador da seleção brasileira mediante fiança. A informação é do portal R7, parceiro nacional do Arena Correio.
Alves está preso preventivamente desde janeiro de 2023 numa cadeia a 40 km de Barcelona.
Em entrevista à rádio catalã RAC1, Ester García se mostrou “surpresa e indignada” e considerou “um escândalo” a posição do tribunal de conceder liberdade a Alves mediante o pagamento de R$ 5,4 milhões em fiança.
“Parece que está sendo feita uma Justiça só para os ricos”, disse. “Disseram que agora ele tem uma capacidade financeira pequena, mas não tenho dúvidas que vai conseguir 1 milhão de euros [fiança estipulada pela Justiça, equivalente a R$ 5,4 milhões] onde quer que esteja”, completou.
García diz que a pena de prisão provisória de Alves deveria ter sido prorrogada, até o limite máximo, sendo metade da pena aplicada. Portanto, o ex-jogador ficaria dois anos e três meses atrás das grades. “Se for entendido que ainda existe risco de fuga, a prisão preventiva deverá ser mantida”, afirmou.
Como medidas alternativas, além da fiança, o brasileiro ainda terá os dois passaportes retidos e não poderá se aproximar ou se comunicar com a vítima de estupro. Daniel Alves também está impedido de deixar a Espanha.
Fiança de Daniel Alves
O pagamento da fiança de Daniel Alves, de R$ 5,4 milhões, pode sair do bolso de Neymar. Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, o ex-capitão da seleção brasileira recorreu ao pai de Neymar para pagar a multa e ser solto.
Segundo fontes próximas do jogador, ouvidas pelo La Vanguardia, o ex-jogador do Barcelona vai optar pela mesma via a que já recorreu para pagar os 150 mil euros que o Tribunal de instrução exigiu para indenizar a vítima de estupro no meio do processo.
Esse repasse ajudou Daniel Alves a receber um atenuante, que reduziu a pena para 4 anos e meio.