A emoção que tomou conta do estádio Almeidão, em João Pessoa, na noite de domingo (24), trouxe alívio para os torcedores e, em especial, para o atacante Riquelmo, do Botafogo-PB. Das vaias aos aplausos, a vitória não só garantiu a permanência do Belo na Série C do Campeonato Brasileiro, como reafirmou a trajetória do jogador no clube.
Aos 23 anos, o atleta chegou ao Belo em março, na reta final do Campeonato Paraibano. Vindo com um bom desempenho do Confiança, sendo um dos destaque do time na Terceirona de 2023 e 2024, a expectativa para ver o mineiro em campo estava alta. Entretanto, o resultado não foi positivo, além de vaias, a atuação na final do estadual o tirou dos confrontos seguintes. Após a disputa contra o Sousa, Riquelmo não foi mais relacionado para as partidas do Alvinegro e, desde então, passou a treinar separado do elenco.
Com a chegada de Evaristo Piza no comando do Alvinegro, o jogador, antes integrado ao grupo de negociáveis — que contava também com Reniê — e treinando em separado, ganhou espaço e a confiança do novo técnico. Na partida contra o Ypiranga, foi relacionado pela primeira vez após quatro meses, e no último domingo (24), entrou em campo no segundo tempo e iniciou a jogada do gol do Botafogo-PB na vitória contra o Tombense. Ao fim da partida, deixando o campo emocionado, ele falou sobre o momento e agradeceu a oportunidade.
Eu só quero agradecer a Deus. O momento que eu estava passando, eu fiquei quatro meses sem jogar bola, só treinando, cabeça ruim. Agradecer ao Piza por acreditar no meu trabalho, por acreditar no meu futebol. Só agradecer e continuar aí firme e, se Deus quiser, sair com a vitória lá em Anápolis, desabafou.
O atacante deixou o gramado sob os aplausos dos colegas e da torcida. O plantel alvinegro abraçou Riquelmo e puxou as palmas de incentivo e agradecimento, pedindo que os botafoguenses apoiassem o jogador.
Além de dar o pontapé na jogada que garantiu o resultado da permanência do Belo na Série C, a atuação do atleta no decorrer do segundo tempo foi bastante positiva. Antes do lance que balançou as redes do Tombense, ele acertou um cruzamento na pequena área que quase resultou em um gol para o time da Estrela Vermelha.
Piza reforçou que as decisões que vinham sendo feitas no grupo botafoguense estavam gerando instabilidade no elenco e criticou a escolha de colocar o jogador para treinar separado do restante do grupo.
As decisões que vinham sendo tomadas estavam gerando instabilidade no elenco. O Denilson ia ser mandado embora porque não estava fazendo gol. O Riquelmo foi mal na final contra o Sousa, acabou vaiado e tirado do time. O Reniê perdeu para o Figueirense, era capitão da equipe e foi afastado. Parecia um colégio interno: você errou, é punido. Mas futebol não é assim, é preciso dar confiança aos atletas. Se você não quer o jogador, tem todo o direito de chamá-lo para uma rescisão e fazer um acordo. O que não pode é colocá-lo para treinar em separado, sem conexão com o grupo, que compra a dor do companheiro. Então, essa manifestação veio das atitudes tomadas anteriormente, expressou.
Em sequência, reafirmou o seu compromisso em fazer o futebol com simplicidade e demonstrou sua confiança em colocar Riquelmo em campo em uma partida decisiva.
Com a chegada de Felipe Albuquerque e, com o meu retorno, buscamos fazer o futebol com simplicidade, respeitando e valorizando todos. Reniê e Riquelmo foram reintegrados. Conseguimos dar reconhecimento a um menino que, muitas vezes, me ajudava no dia a dia treinando improvisado como lateral-esquerdo para completar as atividades. Eu tive a confiança e a coragem de colocá-lo de volta em um jogo tão importante, e os jogadores reconheceram tudo o que ele passou e o esforço que fez para retornar, concluiu.
Agora, pelo último compromisso pela primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro, o Botafogo-PB poderá contar com Riquelmo na partida contra o Anápolis. O jogo será realizado no próximo sábado (30), às 17h, no estádio Jonas Duarte, em Goiás.
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Foto: João Neto / Botafogo-PB