O meio-campista Wanderson vem se destacando no Campeonato Paraibano vestindo a camisa 10 do Pombal. Natural de Cabedelo, na Grande João Pessoa, ele já rodou o mundo jogando futebol, mesmo com apenas 22 anos, e já está no radar de outros clubes.
Canhoto, habilidoso, criativo e, em certa medida, finalizador, o jogador já até foi campeão mundial sub-17 pelo Palmeiras e é o termômetro técnico do Carcará na primeira participação do clube na elite do futebol paraibano.
Ele foi titular absoluto nos seis jogos disputados pelo Pombal até agora e participou diretamente de três dos oito gols marcados pela equipe do técnico Adriano de Souza. O camisa 10, em seis rodadas disputadas, distribuiu uma assistência e marcou dois gols.
Wanderson conversou com a reportagem do Arena Correio, falou sobre as experiências que já viveu no esporte, sobre a campanha de sua equipe e confessou que o mercado já está de olho em suas boas atuações nos gramados paraibanos.
Assista ao vídeo:
Leia os trechos da entrevista:
- Começo da carreira
“Eu comecei com nove anos jogando futsal, em Cabedelo, minha cidade natal. Estudava em João Pessoa e saí com 14 anos para ir para a base do Cruzeiro, em Belo Horizonte. Na época, já alojava. Precisei abandonar os meus estudos para ir para o Cruzeiro. Lá, consegui fazer uma boa base e fui para o Palmeiras, com 17 anos. No Palmeiras, eu até ganhei um Mundial Sub-17, ganhei a Copa Itália, Paulista e outras competições. De lá, fui para o profissional do ABC, onde eu comecei meu ciclo no profissional. Comecei com Ranielle Ribeiro, quando estreei no profissional na Arena Pernambuco, contra o Santa Cruz, um jogo importante em minha vida. Depois de lá, só tive coisas boas. Do ABC, depois eu fui para o profissional no Náutico e, de lá, fui para o Dibba Al-Hisn (Emirados Árabes). De lá, eu voltei e tive uma pequena trajetória no Íbis. Depois fui para o Vitória das Tabocas, com o Adriano que é um excelente técnico e que eu conheço faz tempo. E, de lá, ele me chamou para fazer parte do Pombal e eu estou aqui com ele”
- Apoio da família
“Graças a Deus, me apoiaram (risos). Eles ficaram meio assim no começo, porque abandonar os estudos não é coisa fácil. É uma coisa importante na vida também. Mas eles acreditaram muito no meu potencial. Como eu saí muito cedo, eles ficaram com muita saudade, porque nunca tinha acontecido isso na minha vida. Eu passava o ano no Cruzeiro, e só vinha dois dias para casa (Paraíba). Eles ficavam ansiosos, querendo me ver, só via por celular mesmo. Quem quer estar no mundo do futebol é assim, tem que abdicar de algumas coisas. Mas eles me apoiaram bastante também”
- Temporada no Pombal e sondagens
“Eu sempre busco melhorar, acredito que fiz campeonatos bons no ABC. Mas, no Pombal, acho que estou em uma das minhas melhores fases. O time e o treinador têm me ajudado com o estilo de jogo. Aconteceram algumas coisas (propostas), mas isso eu deixo de lado. Estou focado 100% no Pombal. Estou agradecendo bastante a Deus e aos meus companheiros, que estou fazendo um bom campeonato com eles. Há vários times de olho, mas isso eu deixo de lado. Estou trabalhando bastante para poder pegar voos maiores”
- Carcará no Paraibano
“O pessoal não estava colocando muita fé, mas a gente acreditou. O professor Adriano chamou alguns jogadores bons e novos. A gente está conseguindo fazer ótimos jogos. O Adriano está trabalhando bem. E eu até fiquei na história do Pombal por fazer o primeiro gol do time na primeira divisão e da primeira vitória contra o Campinense. Eu acredito que o Pombal vai voar muito ainda e eu fico muito satisfeito em fazer parte dessa história do Pombal. Eu acredito que o nosso time tem muita capacidade ainda de estar no G-4. Se a gente conseguir ganhar do Treze e os outros jogos, a gente fica no G-4. Acredito que o nosso time merece estar ali”
- Viradas no estadual
“É muito complicado, porque sabemos que estamos fazendo ótimos jogos, e o resultado não está sendo positivo. Mas vamos continuar do mesmo jeito. A gente acredita bastante no nosso elenco. Vamos pegar agora, no Amigão, o Treze. A gente acredita que vamos fazer um grande jogo e sair com a vitória, se Deus quiser. E focar, porque a gente ainda tem mais dois jogos pela frente. Depois do Treze tem o Nacional e tem o Sousa. A gente acredita que podemos estar no G-4. Algumas pessoas de outras comissões e de outros times parabenizam a gente, falam que o nosso time não merecia na posição que está, que poderíamos estar no G-4, brigando fácil pela primeira posição. Mas é bastante complicado quando a gente faz dois gols e toma três faltando menos de 20 minutos para o fim do jogo. Por isso o futebol tem uma caixinha de surpresa. Como falei, a gente fez dois gols contra o CSP, quando eles estavam ganhando por 1 a 0. É assim mesmo. Futebol é gostoso por causa disso”
- Parceria com o técnico Adriano Souza
“A gente tem bastante carinho por Adriano, a gente sabe do estilo de jogo dele e deu certo. A gente já vinha jogando no Vitória, como no Náutico também nas categorias de base. Ele sempre joga desse jeito, sem medo de jogar, deixa a gente despreocupado. Eu gosto bastante deste estilo de jogo do Adriano. É um excelente treinador. Por isso que eu estou onde sempre ele me chama, estou junto com ele. É uma forma de abdicar, como ele fala, é uma forma que você vai conseguir jogar o jogo. Aqui no Brasil, dificilmente você vê algum time jogando desse jeito, saindo com a bola mesmo na pressão. É o estilo europeu que ele gosta. Ele gosta bastante do Pep Guardiola, assiste bastante os jogos do Manchester City, e ele acredita que a gente pode fazer isso, deixando a gente bastante livre para isso”.