Professor Trindade
SEMPRE NA ÁREA

João Trindade é cronista esportivo, com larga experiência. Foi auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba.

O craque deputado
23 de março de 2024

Quem o viu jogar garante que tinha um estilo elegante, mas bastante objetivo em busca do gol. Seus chutes, geralmente certeiros, infernizavam os adversários; seus dribles, idem. Raros são os centroavantes assim. Diz-se que, além da elegância no trato com a bola, executava “bicicletas” perfeitas. Seu nome: Zéu Palmeira: “presidente” eterno do Esporte Clube de Patos, nas décadas de 1950 e 1960; “dono” do time e autor de uma proeza ímpar na história do futebol: conciliou o cargo de deputado estadual com a posição já referida, no alvirrubro patoense.

Sim, verdade! Atuava na Assembleia legislativa da Paraíba e, concomitantemente, disputava partidas pelo seu time de coração, a quem dedicou uma vida. Jogou, ainda, pelo Treze e Náutico (PE). Isso sem contar que fez história, também, como empresário do ramo de transportes no estado: era dono, juntamente com o sócio, Ivan Lucena, da Ipalma, a primeira empresa de transportes intermunicipal sediada em Patos e uma das principais da Paraíba, na década de 1960. Os ônibus, geralmente da Mercedes, e com carroceria Ciferal, ostentavam o vermelho e branco: as cores do “patinho”, o “terror do Sertão”.

O time do Esporte de Patos, na época de Zéu (terceiro, da esquerda para a direita, agachado). Foto: Arquivo



Além de Zéu, os Palmeira legaram ao futebol paraibano outros craques: Beca; Tininho; Batuel; e o lendário goleiro Celimarcos, um dos maiores da Paraíba; comparáveis a ele, na época, só Val, do Santos (PB) e Fernando, do Botafogo (PB).

Na última vez em que estive com ele e fiz uma longa entrevista, o craque estava com 82 anos e lamentava a situação do futebol brasileiro, especialmente o paraibano, devido à falta de dedicação e empenho, elementos que, segundo ele, caracterizaram a sua época.

Morreu em 2019, com 88 anos.

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