João Trindade é cronista esportivo, com larga experiência. Foi auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba.
Certamente você já ouviu falar em marketing de emboscada e – claro! – ficou curioso para saber o que é.
Em regra, o marketing de emboscada acontece quando uma marca não patrocinadora de um espetáculo, aproveitando-se da repercussão do evento esportivo, “pega carona”, prejudicando os investimentos feitos pelos patrocinadores oficiais e induzindo o público consumidor a associá-los ao espetáculo.
A Lei Geral do Esporte considera que as ações de marketing de emboscada configuram crime, com a previsão de pena de detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa.
Os crimes são classificados como marketing de emboscada por associação ou intrusão:
Ocorre por associação, quando a empresa se aproveita de símbolos, mascotes, imagens ou slogans do evento ou dos patrocinadores, associando-os com o seu produto ou serviço. Já acontece por intrusão, quando há uma invasão direta ou indireta de ambiente publicitário, transmissão ou qualquer espaço de comunicação associado à iniciativa pelo
não patrocinador do evento principal. A conduta causa, evidentemente, prejuízos aos patrocinadores oficiais, que, na maioria das vezes adquirem direitos de exclusividade.
A tipificação desses crimes na ordem jurídica visa a proteger os investimentos de patrocinadores oficiais em eventos esportivos.
Trocando em miúdos
O marketing de emboscada é, na verdade, desonestidade e trapaça. Determinada marca paga dezenas ou centenas de milhões de reais para patrocinar grandes torneios esportivos, enquanto que outras empresas tentam chamar a atenção, desembolsando bem menos do que as patrocinadoras oficiais do evento.
Em verdade, apesar de constituir crime, esse tipo de marketing é uma prática comum em competições; inclusive em copas do mundo e a FIFA já notificou inúmeros casos brasileiros. Muitas empresas infratoras já foram punidas com multas, mas a FIFA não revela os valores ou a natureza dos casos. O número tende, infelizmente, a aumentar, com o grau de mercantilismo a que chegou o futebol.
Cafu pode perder mansão
Noticia a Folha de São Paulo que o Tribunal de Justiça daquele estado negou o recurso da defesa do ex-craque da seleção brasileira e determinou que a mansão dele vá a leilão,no próximo mês. O imóvel, avaliado em R$ 40 milhões, será para pagar uma dívida que supera R$ 10 milhões.
Ainda segundo a Folha, a mansão de Cafu tem uma área construída de 3.229 m², num terreno de 2.581 m². São quatro andares, seis suítes, e possui piscina, quadra de futebol society, salão de jogos, sala de cinema, sala de troféus, saunas e elevador. O imóvel localiza-se em Alphaville, bairro de alto padrão, na cidade de Barueri, região metropolitana de São Paulo.
O leilão, on-line, foi marcado para o dia 16 de setembro. O lance mínimo para arrematação do imóvel é de 50% do valor dele: R$ 20 milhões.