Radialista e designer gráfico, apaixonado pela família e pelo futebol de base e amador
Na categoria de base, pais e treinadores frequentemente enfrentam uma encruzilhada delicada: como equilibrar a pressão por resultados com o desenvolvimento dos jovens atletas? As expectativas dos pais, muitas vezes, refletem a busca pela excelência, mas essa pressão pode ser negativa para os jovens, criando ansiedade e diminuindo a confiança.
Por outro lado, os treinadores enfrentam uma pressão significativa para obter resultados. Essa pressão, muitas vezes, vem de várias fontes, incluindo clubes, pais dos atletas e até mesmo de dentro de si mesmos. Os treinadores enfrentam o dilema de equilibrar esse fardo por resultados, com a responsabilidade de ter talentos e obter um ambiente de aprendizado saudável.
Encontrar esse equilíbrio requer comunicação aberta e construtiva entre todos os envolvidos. Os pais precisam entender a importância do processo de desenvolvimento, enquanto os treinadores devem ser sinceros sobre as expectativase os objetivos de cada atleta.
Esses atletas, muitas vezes, sentem o peso da responsabilidade de representar suas equipes ou clubes, além de satisfazer as expectativas de seus pais e treinadores. A pressão para ter um desempenho perfeito em competições pode ser esmagadora, especialmente quando combinada com a vida pessoal dos jovens atletas.
Para entender mais conversamos com a psicóloga clínica e do esporte, Shimena Crisanto.
“É importante saber que os pais estão como incentivadores e orientadores dos seus filhos. A gente vê muitos pais com cobranças excessivas com crianças entre 5 e 6 anos de idade. Saber escolher os clubes e escolinha que vai colocar o seu filho, ver se o técnico está preocupado com o desenvolvimento cognitivo e social não só com vitorias e medalhas. Competição é educativa, desde que seja de forma saudável, não como hoje que vemos pais brigando em arquibancadas, técnicos xingando as crianças de uma forma disfuncional. O treinador é um agregador. O atleta, normalmente, tem muita admiração pelo treinador. Então, tudo aquilo que o treinador falar vai ser levado muito a sério pelo atleta. O treinador tem que entender que ele é um educador, saber cobrar na hora de cobrar, saber acolher o atleta, entendendo que a criança vai chorar quando ganhar ou perder”, disse Shimena Crisanto, Psicóloga Clínica e do Esporte.
E se seu atleta já foi ou está sendo mentalmente afetado pelas cobranças, a psicologia esportiva é uma excelente solução.
“A psicologia esportiva vem para trabalhar a mente do atleta, desenvolvendo autoconfiança, redução da ansiedade, aumento da atenção, concentração e foco. Diferente da psicologia clínica, a esportiva vai fortalecer a mentalidade das crianças para que elas possam lidar melhor com a pressão. Entender melhor o perde, o ganhar e é muito importante que comece desde cedo, porque já cresce um adulto mais fortalecido”, falou Shimena Crisanto Psicóloga Clínica e do Esporte.