
Jornalista versátil e apaixonado por esportes. Nascido e criado na capital paraibana.
Mesmo com o mando de campo, o Botafogo precisou atuar a mais de 1.500 km de distância do Estádio Almeidão. E, apesar de estar diante de 35 mil flamenguistas nas arquibancadas, o Botafogo pode não ter vencido, mas não saiu diminuído. Perdeu por 1 a 0, é verdade, mas saiu de cabeça erguida, como quem entende que o placar não reflete tudo o que se passou no gramado.
O Botafogo entrou em campo com o respeito de quem sabe onde está, mas sem o medo de quem se encolhe diante da camisa pesada do Flamengo. Não foi um time recuado, foi um time inteligente. Não se lançou ao ataque de forma desmedida, porque sabia que contra um adversário que tem Gerson (no segundo tempo) e outros tantos nomes de seleção, a pressa pode ser fatal.
E não foi diferente. O sistema defensivo do Botafogo se comportou com disciplina e coragem. Cada dividida era um pequeno triunfo, cada defesa do goleiro Michael Fracaro – melhor em campo – e cada corte significava um passo a mais rumo ao objetivo maior: sair dali com dignidade. E saiu. Por pouco, por muito pouco, não arrancou um empate daqueles que virariam manchete nos jornais do dia seguinte. Faltou talvez o detalhe, o último passe ou o toque de sorte que às vezes decide tudo.

Do outro lado, o Flamengo entrou em campo com um time misto, mas ainda assim de respeito. E quando a partida parecia escapar do roteiro habitual, entraram os pesos pesados. Gerson, Cebolinha. A torcida rubro-negra queria festa, goleada, espetáculo. O que teve foi um jogo duro, suado, daqueles em que se ganha no detalhe — e foi assim que o placar mínimo veio.
Mas o que o torcedor do Botafogo viu não foi uma derrota. Foi uma demonstração de força, de estratégia e de maturidade. E quem sabe agora, na sequência da Série C, principalmente nos jogos no Almeidão, com o calor do torcedor empurrando e o coração na ponta da chuteira, o sonho de chegar à Série B não possa ser pintado com outra cor?
Porque o futebol, esse velho contador de surpresas, gosta mesmo é dos que ousam. E o Botafogo ousou. E ainda pode mais.
Ah, poderíamos analisar, avaliar, escrever tudo isso por outro prisma… mas aqui, nós temos um time para torcer.