João Trindade é cronista esportivo, com larga experiência. Foi auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba.
A excelente (e fundamental!) Copa do Brasil vem, cada vez mais, reforçando a tese de que não existe mais “time pequeno” ou “jogo fácil”.
Veja-se o exemplo do Sousa, que eliminou o maior dos campeões dela (hexa) o Cruzeiro e conseguiu um empate com o Bragantino; o mesmo Bragantino que o Flamengo não conseguiu vencer na recente partida pelo Brasileirão.
Para reforçar nosso argumento, vejamos os resultados da rodada passada (3ª fase):
Sousa (série D) 1 x 1 Bragantino
Flamengo 1 x 0 Amazonas (série B)
(O Flamengo, jogando no Rio de Janeiro, venceu com dificuldade e saiu de campo vaiado).
Palmeiras 2 x 1 Botafogo de Ribeirão Preto (série B)
América-RN (série D) 1 x 2 Corinthians
(O goleiro Carlos Miguel, do Corinthians, fez impecável atuação, sendo fundamental na vitória do time paulista).
Sampaio Corrêa (série C) 0 x 2 Fluminense
Operário de Ponta Grossa (série B) 0 x 0 Grêmio
Fortaleza 0 x 0 Vasco
Águia de Marabá (série D) 1 x 3 São Paulo
(O Águia de Marabá jogou com 10 jogadores, desde o primeiro tempo, graças à intervenção do VAR. Sem contar que foi obrigado a jogar em Belém, distante 565 quilômetros).
Os números acima só comprovam a minha tese de que não existe mais essa história de “time grande e “time pequeno” e muito menos a noção de “jogo difícil” e “jogo fácil”.
O que existe mesmo é o preconceito de grande parte da imprensa, tanto aqui, na Paraíba, quanto no “Sul” do país que insiste nessa tese.
Foi com muita tristeza e revolta que vi um comentarista esportivo de uma das emissoras da Paraíba falar, antes do jogo da final entre Botafogo-pb e Sousa, o seguinte absurdo: “O Sousa está se tornando um time grande”. Tem dó, né?
O que é isso, colega Juca Kfouri?
Comentário do famoso cronista esportivo, acerca dos mais recentes resultados da Copa do Brasil:
“A vida é dura na Copa do Brasil, e aí está a maior beleza dela, ao permitir aos pequenos derrubar os grandes”.
Sinto muito, mestre, mas os dados do seu próprio texto na Folha de São Paulo, de domingo, 05 de maio de 2024, provaram que sua tese de que há “times grandes” e “times pequenos” está equivocada.