Vitória Soares
Elas em Jogo

Paulista em terras paraibanas, formada em Jornalismo pela UFPB. Apaixonada por esportes, especialmente, pelo futebol.

A resistência do futebol feminino
6 de março de 2024

A história das mulheres no futebol é marcada pela resistência. Na década de 20, mulheres que jogavam bola eram atração em circos. A modalidade era considerada inapropriada para elas, só os homens tinham “condições físicas” para o esporte. 

Mesmo assim, as mulheres continuavam praticando o futebol, principalmente, nas periferias. No entanto, o preconceito da sociedade foi institucionalizado pelo próprio governo. Em 1949, o presidente Getúlio Vargas publicou um decreto proibindo a prática do futebol feminino. Essa proibição só foi revogada 40 anos depois. 

Em 1983, finalmente, a modalidade foi regulamentada e, em passos lentos, o futebol feminino se desenvolvia no Brasil. 

Apesar de quase tudo conspirar contra as mulheres que queriam jogar futebol, o talento delas nunca deixou de existir. 

Sissi, a primeira camisa 10 da Seleção Brasileira, encantou a todos com suas jogadas e gols. Em seguida, veio a eterna Formiga. E não parou por aí, o celeiro de talentos do Brasil ainda tinha a rainha. Aos 17 anos, ela fazia a sua estreia na Copa do Mundo de 2003. Ali começava o reinado que renderia seis Bolas de Ouro de melhor jogadores do mundo, e mais recentemente, eternizada no Prêmio Marta da FIFA, que vai reconhecer os gols mais bonitos do futebol feminino.

Infelizmente, o talento delas e tantas outras não é o suficiente para toda a modalidade crescer no Brasil. Comparando à década de 80, quando o futebol de mulheres foi regulamentado, temos um cenário melhor, mas ainda há um longo caminho para se percorrer. 

É necessário um trabalho conjunto das entidades que cuidam do futebol, estruturando melhor as competições em todo o país. Os clubes precisam deixar de ver a modalidade como um favor e começaram a tratar como um investimento que traz retornos. E cabe à imprensa dar mais visibilidade para o futebol feminino. 

Como uma forma de contribuir neste fortalecimento do futebol de mulheres, na coluna “Elas em Jogo”, vamos dar protagonismo para modalidade, trazendo seus personagens, propondo reflexões, principalmente, para quem faz o esporte na Paraíba.

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