Clássico Tradição: relembre três duelos históricos no Amigão, neste século
Arena Correio visitou o passado recente do clássico e, com recortes do Jornal Correio da Paraíba, relembrou jogos marcantes
Vitor Oliveira
21 de março de 2024

Protagonistas de um dos maiores clássicos do futebol da Paraíba, Treze e Botafogo-PB têm o Amigão, em Campina Grande, como palco de duelos inesquecíveis ao longo de 419 partidas entre os dois clubes neste confronto. Nesta quinta-feira (21), pela Copa do Nordeste, Galo da Borborema e Belo voltam a se encontrar em busca de mais um capítulo que se torne especial na memória dos torcedores.

Neste século, alguns confrontos entre os clubes fortaleceram ainda mais a rivalidade entre Treze e Botafogo-PB. Entre vitórias icônicas, títulos inesquecíveis e polêmicas que deram o que falar, a reportagem do Arena Correio separou três embates que vão aquecer o saudosismo dos alvinegros, com alguns recortes do Jornal Correio da Paraíba.

09 de maio de 2010

  • Treze 2 x 2 Botafogo-PB (Quadrangular final do Paraibano)

Favorito ao título e com jogadores que justificavam tamanho otimismo por parte da torcida, o Treze parecia viver numa contagem regressiva para a conquista de mais um título estadual. O encontro com o Botafogo-PB naquela tarde de domingo, pela 5ª rodada do quadrangular final, poderia definir quem chegaria à liderança faltando uma rodada para o término desta fase e, consequentemente, do campeonato. Líder e vice-líder mediam forças numa final antecipada.

Do lado trezeano, Ferreira, Thiago Messias, Pio, Rone Dias, Miltinho, Vavá e Cléo Paraense, que eram comandados por Marcelo Vilar. Do lado botafoguense, Genivaldo, Val, Chapinha e o artilheiro Edmundo, que eram regidos por Itamar Schulle.

O Amigão estava lotado, e a rivalidade nas arquibancadas era grande, principalmente porque o Treze ainda não havia perdido para o Botafogo-PB naquela edição. E a escrita se manteve.

De pênalti, Pio abriu o placar para o Galo, mas Paulinho Macaíba empatou para o Belo, nos primeiros 45 minutos de jogo.

Miltinho foi o salvador do Treze no confronto, marcando na reta final do confronto (Foto: Acervo / Correio da Paraíba)

Na etapa final, Edmundo, artilheiro daquela disputa com 24 gols, virou o jogo para o Alvinegro da Estrela Vermelha e injetou esperança de um título paraibano que já não acontecia havia sete anos. Ele foi responsável também pelo assombro de ser novamente o carrasco do Galo, como já havia acontecido um ano antes, quando jogava pelo Sousa.

Só que os momentos finais do jogo reservaram a emoção que definiu a disputa. O craque Miltinho, que entrara em campo no segundo tempo, fez valer o melhor ataque da competição, com 47 gols, e resolveu a partida. Aos 44 minutos do segundo tempo, ele arriscou um chute de dentro da meia-lua, após um bate-rebate na área, e fez o Amigão explodir de emoção. Ali, o torcedor trezeano sabia que seria campeão paraibano. O torcedor do Belo tinha convicção de que, naquele ‘golpe’, o título havia escapado de suas mãos.

Na rodada final do quadrangular, o Treze venceu o já desclassificado Campinense por 2 a 0 e faturou o título paraibano daquele ano.

Folha do Correio da Paraíba, no dia seguinte ao clássico (Foto: Acervo / Jornal Correio da Paraíba)

08 de maio de 2011

  • Treze 4 x 0 Botafogo-PB (semifinal do 2º turno do Paraibano)

O ano virou, mas a hegemonia do Treze seguia erguida. Agora com os reforços do meia Doda e do atacante Warley, o Galo da Borborema continuava favorito a mais um título paraibano e ainda mais forte em busca do acesso à Série C do Brasileiro.

Só que, no Campeonato Paraibano, um outro confronto, agora em formato mata-mata, contra o Botafogo-PB, traria o incômodo e a injeção de motivação para que o clube alcançasse mais uma taça. Na fase semifinal do segundo turno, o Galo era favorito, mas o Belo usou da grandeza para colocar mais fogo no clássico e na competição.

No primeiro jogo, no Almeidão, o Botafogo-PB atropelou o Treze com um impiedoso e até inesperado 4 a 0. Para o jogo da volta, por ter tido melhor campanha na fase de grupos, o Alvinegro de Campina Grande precisaria devolver uma vitória pela mesma diferença de gols. Parecia impossível, mas os atletas do Galo fizeram acontecer mais uma classificação histórica.

O Amigão não estava lotado, mas a torcida trezeana se fez presente em um número expressivo. E viu, mais uma vez, a história ser escrita num jogo repleto de polêmicas. Warley, de pênalti, Doda, Weverson e Vavá marcaram os gols que inverteram o placar, a vantagem e a festa nas arquibancadas.

Meia Doda, que mais tarde jogaria no Botafogo-PB, marcou um dos gols da classificação do Treze (Foto: Acervo / Jornal da Paraíba)
Vavá foi o autor do gol e da comemoração que instalou uma confusão generalizada no gramado do Amigão (Foto: Divulgação)

No entanto, o resumo dessa história não foi só de celebração. No gol da classificação, marcado por Vavá, o atacante foi comemorar do lado do banco de reservas e da torcida do Botafogo-PB, fazendo um gesto de metralhadora. A partir daí, uma confusão se instalou, generalizou e virou caso de polícia após uma pancadaria que aconteceu do lado de fora do gramado.

O goleiro Carlos e os atacantes Cléo e Vavá, do Treze, além do goleiro Genivaldo e do zagueiro Henrique, Botafogo-PB, receberam o cartão vermelho. Já o técnico Maurício Cabedelo, do Belo, deu um soco no árbitro Jeferson Rafael, foi também expulso da partida, algemado, levado até uma delegacia da cidade e solto após prestar depoimento.

Na final, o Treze fez valer a vantagem de ter a melhor campanha, empatou os dois clássicos contra o Campinense e faturou o estadual daquele ano.

Capa do Jornal Correio da Paraíba após a vitória do Treze (Foto: Acervo / Correio da Paraíba)

30 de maio de 2013

  • Treze 0 x 3 Botafogo-PB (Final do Campeonato Paraibano)

O fim de um tabu de nove anos sem título. Um desfecho emocionante e inesquecível. O recomeço de uma história que parecia se degradar a cada ano. A jornada de 2013 foi singular, para o Botafogo-PB, pelo título paraibano conquistado de forma cinematográfica, pelo acesso à Série C e por um título inédito de Série D do Brasileiro para o futebol da Paraíba. Só que essa trinca de feitos tem a raiz fincada numa trajetória construída no primeiro semestre, na disputa estadual, coroada no dia 30 de maio daquele ano.

O Belo tinha um elenco recheado de jogadores que construíram a história do Treze nos outros dois confrontos citados nesta matéria: o lateral-direito Ferreira, o zagueiro André Lima, o lateral-esquerdo Celico, o volante Fernando, o meia Doda e o atacante Warley.

VÍDEO: melhores momentos do Clássico Tradição que decidiu o Campeonato Paraibano de 2013

O encontro, naquela oportunidade, era pela grande decisão da disputa estadual. O Galo da Borborema era novamente detentor das vantagens na final e jogava por dois resultados iguais. E o título pareceu mais próximo após o primeiro jogo da final no Almeidão, em João Pessoa. Vitória por 1 a 0 do time de Campina Grande, com gol de Birungueta na etapa final e uma apresentação intocável do goleiro Beto.

No jogo de volta, os recortes da final podem ser descritos através de um Amigão lotado e pulsante, de um confronto nervoso, controlado em grande parte pelo Treze, mas também por uma virada heróica pelo lado do Alvinegro da Estrela Vermelha.

O resultado final de 3 a 0 para o Botafogo-PB, com gols marcados pelo atacante Wanderley, pelo volante Hércules e pelo lateral-direito Ferreira, marcou um título inesquecível na memória dos botafoguenses, mas também na história do Amigão e do Clássico Tradição.

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