Bobadilla pode ser 2º suspenso por xenofobia e pegar gancho da Conmebol
Meia do São Paulo foi acusado de ter chamado Miguel Navarro, do Talleres, de "venezuelano morto de fome", durante partida da Libertadores
Folhapress
28 de maio de 2025

O meia Damián Bobadilla, do São Paulo, não é o primeiro jogador acusado de xenofobia em jogo da Libertadores neste ano e pode ser suspenso por quatro meses pela entidade sul-americana.

Precedente na Conmebol

Miguel Navarro, do Talleres, afirmou que foi chamado nesta terça-feira (27) de “venezuelano morto de fome” pelo paraguaio do Tricolor durante o jogo no Morumbis. O lateral chorou em campo e, após a partida vencida pelo São Paulo, prestou depoimento no Jecrim (Juizado Especial Criminal).

Bobadilla ainda responderá pelo caso. A Polícia Militar chegou a procurá-lo nesta terça-feira (27) no vestiário, mas ele já havia deixado o estádio. Agora, o meia são-paulino será chamado pelas autoridades para depor, mas ainda não há confirmação de datas.

Em abril, o uruguaio Pablo Ceppelini foi punido por ato de xenofobia durante o jogo entre Alianza Lima e Boca Juniors, pela pré-Libertadores. Na ocasião, ainda em fevereiro, o meia do time peruano teria chamado pejorativamente um torcedor do clube argentino de “boliviano”.

Ceppelini pegou gancho de quatro meses da Conmebol. A entidade alegou que ele infringiu o artigo 15.1 do Código Disciplinar e o suspendeu em seus torneios pela atitude que “menospreze, discrimine ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas por motivos de cor da pele, raça, religião, origem étnica, gênero ou orientação sexual”. Devido à punição, o jogador não enfrentou o São Paulo no duelo entre os times pela fase de grupos.

O que Navarro disse

“Quando eles [São Paulo] fazem 2 a 1, eu mando o árbitro voltar rápido, porque ele [Luciano] estava praticamente correndo ao redor do campo e eu mandei o árbitro chamar porque a gente precisava jogar. E do nada, Bobadilla vem e me diz: ‘Não, vocês sempre tomam tempo’. E eu digo: ‘Que tempo, vocês estão ganhando’. E aí ele me disse: ‘Venezuelano morto de fome’.

O árbitro estava dizendo que não tinha ouvido o que Bobadilla tinha dito porque acho que ele estava um pouco distante. Conversei um pouco (com Ferraresi), ele me perguntou como eu estava, como eu me sentia. E bem, eu disse a ele que realmente me sentia muito mal, me sinto muito mal. Ele ficou do meu lado, até os jogadores do São Paulo, o zagueiro equatoriano, Arboleda, ele ficou do meu lado e tudo, realmente porque eles sabiam o que Bobadilla tinha dito.

Que a justiça seja feita, que isso não continue acontecendo”, concluiu Navarro. “Lembro-me do ano passado, quando viemos para cá, dois dos nossos jogadores foram colocados na polícia e é um escândalo quando uma equipe brasileira passa por algum tipo de insulto e agora aconteceu comigo, é a primeira vez na minha vida que isso acontece, e é lamentável.”

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Foto: Rubens Chiri e Paulo Pinto/Saopaulofc.net

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